A Polícia Científica de Santa Catarina concluiu que o dentista Cézar Maurício Ferreira, de 60 anos, morreu de forma natural, vítima de uma arritmia cardíaca causada por cardiopatia hipertrófica – condição que pode provocar morte súbita mesmo sem sintomas prévios.
O óbito ocorreu dentro de uma cela, horas após ele ter sido preso por embriaguez ao volante na noite de 18 de julho, na região da Grande Florianópolis.
O laudo pericial foi emitido no dia 28 de julho de 2025.
De acordo com o documento, exames de necropsia e análises toxicológicas mostraram que o coração do dentista apresentava alterações compatíveis com a doença, agravadas pelo uso de medicamentos com potencial de causar arritmias.
Segundo os peritos, mesmo em doses consideradas seguras, esses remédios podem desencadear arritmias ventriculares fatais em pessoas que já possuem alterações estruturais no coração.
Os testes não identificaram a presença de drogas ilícitas no organismo da vítima, como cocaína, maconha, benzodiazepínicos, anfetaminas, barbitúricos ou opioides.
O documento conclui que a causa da morte foi natural, resultado de uma cardiopatia hipertrófica, com provável episódio súbito de arritmia cardíaca possivelmente influenciado pelos medicamentos em uso no momento.
De acordo com o boletim de ocorrência da noite anterior, policiais militares relataram que Cézar apresentava sinais de embriaguez e se recusou, ou não conseguiu, fazer o teste do bafômetro.
Ele foi preso em flagrante e passou a noite sob custódia, sendo encontrado sem vida na manhã seguinte.
Até agora, não há indícios de violência ou agressões externas.
A reportagem ainda aguarda manifestações oficiais das polícias Civil e Militar sobre os procedimentos adotados após a detenção e o monitoramento do preso.