Uma jovem de 18 anos foi resgatada em condições extremas de maus-tratos após conseguir fugir da casa onde vivia com a mãe e o padrasto, em Blackwood, no estado de Nova Jersey (EUA).
Segundo as autoridades, ela passou os últimos sete anos presa em uma jaula de cachorro, vivendo em isolamento, sem acesso à alimentação adequada, à escola ou a cuidados básicos de higiene.
O caso veio à tona quando a jovem conseguiu escapar e pediu ajuda a uma vizinha. Visivelmente debilitada, ela apresentava sinais de desnutrição, marcas nos pulsos e o cabelo cortado de forma irregular.
“Ela parecia desesperada”, relatou Susan Lacey, moradora da vizinhança que acolheu a vítima.
De acordo com reportagem do The New York Times, a jovem contou que era algemada a um banheiro, alimentada de forma esporádica e só podia sair para passear com os cães da família. Ela também relatou que sofria abuso sexual por parte do padrasto.
Na ocasião do resgate, a vítima pesava apenas 27 quilos, peso muito abaixo do ideal para sua idade. Segundo a promotoria do Condado de Camden, os responsáveis, Brenda Spencer (mãe) e Branndon Mosley (padrasto), alegavam estar realizando ensino domiciliar (homeschooling) como justificativa para o isolamento da jovem.
O casal foi preso e enfrenta mais de 30 acusações, incluindo:
-
Abuso infantil agravado
-
Sequestro
-
Confinamento ilegal
-
Agressão sexual
-
Porte ilegal de armas
O caso gerou forte comoção e reacendeu o debate sobre a necessidade de fiscalização mais rigorosa do homeschooling no estado. “O ensino domiciliar não pode servir de fachada para negligência e abuso”, declarou uma porta-voz da organização de defesa dos direitos das crianças de Nova Jersey.
Relatos indicam que preocupações já haviam sido levantadas anteriormente por parentes e vizinhos, mas nenhuma medida efetiva foi tomada até que uma denúncia anônima levou à investigação e ao resgate.
Atualmente, a jovem está sob proteção do Estado, recebendo apoio médico e psicológico. O governo de Nova Jersey anunciou que vai revisar as leis de ensino domiciliar para reforçar os mecanismos de proteção às crianças. Caso condenados pelas acusações mais graves, os réus poderão enfrentar prisão perpétua.
