Um projeto desenvolvido por professores de Química e Biologia em uma escola estadual de Massaranduba, no Norte de Santa Catarina, resultou em uma mobilização inédita entre os estudantes: mais de 140 cigarros eletrônicos foram entregues de forma voluntária pelos próprios alunos.
A ação faz parte de uma campanha educativa voltada à prevenção do uso dos chamados vapes — dispositivos cuja venda e consumo são proibidos no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
As atividades incluíram palestras e debates sobre os impactos do uso desses produtos, principalmente entre adolescentes.
Os cigarros eletrônicos arrecadados foram repassados à Polícia Militar, que acompanhou a iniciativa e ficará responsável pelo encaminhamento legal do material.
De acordo com os professores responsáveis, o foco principal da campanha foi a conscientização.
“Queríamos levar informação, não impor julgamentos. Quando os alunos entenderam os riscos, muitos optaram por entregar os aparelhos que possuíam”, relatou um dos educadores.
Pesquisas científicas apontam que o uso de cigarros eletrônicos pode causar dependência precoce, danos ao sistema respiratório, inflamações nas vias aéreas, diminuição da capacidade pulmonar e prejuízos em áreas cerebrais responsáveis por memória, atenção e controle emocional.
Um fator agravante é a forma como os vapes são comercializados: sabores doces, embalagens chamativas e design moderno que atraem especialmente o público jovem e dificultam a percepção do problema por familiares e professores.
O Ministério da Saúde alerta que esses dispositivos não são regulamentados no país e seu uso, mesmo esporádico, representa riscos sérios à saúde, sendo considerado uma infração sanitária.
Diante do sucesso da iniciativa em Massaranduba, outras escolas da rede estadual já sinalizaram interesse em adotar ações semelhantes.
A Polícia Militar afirmou que continuará apoiando instituições de ensino na prevenção ao uso de dispositivos eletrônicos ilegais, e reforça que denúncias podem ser feitas anonimamente.