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São José fortalece rede de cuidado a gestantes e bebês prematuros e transforma história de Lívia em símbolo de esperança

São José fortalece rede de cuidado a gestantes e bebês prematuros e transforma história de Lívia em símbolo de esperança

Mais de 200 pessoas; entre pais, mães, crianças, médicos, enfermeiros, profissionais da saúde e moradores da cidade – coloriram de roxo a Beira-Mar de São José na VII Caminhada da Prematuridade da Grande Florianópolis. O encontro, realizado neste domingo (16), uniu histórias de superação e a força da comunidade em torno de uma mensagem comum: falar sobre prematuridade é falar de cuidado, prevenção e acolhimento desde o pré-natal.

No meio da multidão, uma pequena personagem ajudava a traduzir, em gesto e sorriso, tudo o que o evento representa: a história da Lívia Matos Machado. Lívia nasceu com 27 semanas, pesando apenas 730 gramas. Foram três meses de UTI, dias de incerteza e um começo de vida marcado por riscos. Neste domingo, com 2 aninhos, ela percorreu a Beira-Mar de mãos dadas com a mãe, Francielle, cercada de outros pequenos guerreiros, mostrando que quando a rede de saúde funciona, o futuro pode ser bem mais leve.

“Eu tive pré-eclâmpsia e desenvolvi a síndrome HELLP. Foi tudo muito rápido, muito assustador. A gente tem medo de perder a própria vida e a vida do bebê ao mesmo tempo. Ver a Lívia hoje correndo, brincando, é como reviver um milagre a cada dia”, contou Francielle de Matos, emocionada.

A pré-eclâmpsia é uma doença caracterizada pela pressão alta na gravidez associada a alterações em órgãos, principalmente nos rins, que passam a liberar proteína na urina de forma indevida. Em alguns casos, evolui para a síndrome HELLP, uma complicação grave que exige o parto antecipado para proteger a vida da mãe e do bebê — muitas vezes resultando em um nascimento prematuro.

Na Beira-Mar, o reencontro de Lívia com o cartão-postal mais tradicional da cidade simbolizou não apenas uma vitória pessoal, mas também a força de uma rede de cuidado que começa nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e se estende ao atendimento especializado do município.

UBSs: a porta de entrada para um cuidado que começa antes do nascimento
Em São José, as UBSs são a principal porta de entrada para o cuidado com a gestante e o bebê. Mensalmente, cerca de 1,5 mil consultas de pré-natal são realizadas nessas unidades, com a captação média de 210 novas gestantes todos os meses. É nesse acompanhamento inicial que muitos riscos, como a pré-eclâmpsia, podem ser identificados precocemente.

O município também garante o cuidado no pós-parto: a consulta puerperal é agendada ainda durante a internação hospitalar, assegurando que a mãe e o bebê retornem à unidade de saúde para seguirem acompanhados pela equipe da Atenção Primária.

A diretora de Atenção Primária da Secretaria de Saúde de São José, Karyne Furlan, reforça que essa organização da rede faz diferença direta na vida de famílias como a de Lívia.

“A Atenção Primária é o fio condutor de todo esse cuidado. É na UBS que a gestante cria vínculo com a equipe, que os sinais de risco são identificados e que o acompanhamento continua depois da alta hospitalar. Quando uma mãe volta para casa com um bebê prematuro, ela não volta sozinha: tem uma unidade de saúde preparada para acolher, orientar e caminhar junto com ela”, destaca Karyne.

Atenção especializada: Centro de Referência em Saúde da Mulher e CIAM
Quando a gestação exige um olhar mais atento, como nos casos de alto risco, São José conta com o Centro de Referência em Saúde da Mulher, localizado na Policlínica de Forquilhinha. No espaço, são oferecidos atendimentos como colposcopia, mastologia, pré-natal de alto risco, suporte nutricional e o atendimento do Centro de Incentivo ao Aleitamento Materno (CIAM).

Com equipe composta por médicos mastologistas, ginecologistas, obstetras e especialistas em diagnóstico por imagem, o Centro de Referência realiza mensalmente cerca de 50 colposcopias, além de atendimentos contínuos a mulheres com alterações mamárias, gestantes de alto risco e mães em fase de amamentação.

O CIAM, que funciona dentro desse Centro de Referência, é um apoio fundamental para famílias de bebês prematuros. O serviço oferece acolhimento e orientações técnicas sobre amamentação desde a gestação, durante a lactação e até para mães que se preparam para voltar ao trabalho, garantindo que o aleitamento — tão importante para o desenvolvimento do prematuro — seja protegido e incentivado.

Para a gerente de Saúde da Criança de São José, Carla Regina Galego, a caminhada na Beira-Mar traduz em imagens o que esses serviços constroem no dia a dia.
“A Caminhada da Prematuridade é um momento de visibilidade e união. Ela simboliza a força dessas famílias e reafirma nosso compromisso com um cuidado mais humano e sensível. Quando a população vê esses bebês crescendo, brincando e ocupando os espaços da cidade, ela entende que o pré-natal de qualidade, o acompanhamento especializado e o apoio à amamentação não são apenas números: são vidas transformadas”, afirma Carla.

Dados que preocupam e reforçam a importância da rede
No Brasil, cerca de 12% dos nascimentos são prematuros, um dos índices mais altos do mundo. A Sociedade Catarinense de Pediatria tem alertado para a importância do pré-natal adequado, da identificação precoce de fatores de risco e do acompanhamento contínuo após o nascimento, especialmente para reduzir complicações cognitivas, motoras e de saúde mental.

Durante a VII Caminhada da Prematuridade, que integrou o Novembro Roxo, famílias, profissionais e voluntários reforçam esse recado: não se trata apenas de celebrar conquistas, mas de lembrar que o acesso à informação e aos serviços de saúde pode mudar o desfecho de muitas histórias.

Histórias que dão rosto às políticas públicas
Entre balões roxos, camisetas personalizadas e cartazes com mensagens de conscientização, a Beira-Mar de São José se transformou em um grande corredor de afeto. Crianças que um dia cabiam na palma da mão agora percorrem o calçadão, empurram carrinhos de brinquedo, correm atrás de bolhas de sabão.

Para Karyne Furlan, cada uma dessas cenas reafirma a responsabilidade do município.
“Quando olhamos para a Lívia e para tantos outros bebês que nasceram antes do tempo, vemos mais do que histórias individuais: vemos o resultado de uma rede que funciona, de profissionais comprometidos e de famílias que não desistiram. Nosso trabalho é garantir que cada nova gestante que chega à UBS saiba que não está sozinha, que existe um caminho de cuidado estruturado para ela e para o bebê”, reforça.

A história de Lívia, que um dia começou com o medo da pré-eclâmpsia e da síndrome HELLP, hoje ajuda a iluminar o caminho de outras famílias. E, em São José, esse caminho passa, necessariamente, pela UBS do bairro, pelo Centro de Referência em Saúde da Mulher e pelo CIAM — uma rede que se estende da barriga ao colo, da UTI ao calçadão da Beira-Mar, garantindo que começos difíceis possam se transformar em futuros mais saudáveis e cheios de vida.

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Fonte Original | Saúde Notícias – Prefeitura Municipal De São José

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