O Tribunal do Júri de São Bento do Sul condenou um médico a 30 anos de prisão pela morte de uma paciente ocorrida em Campo Alegre, em 2012. A vítima faleceu após um procedimento médico realizado de forma irregular, sem técnica adequada, que resultou em infecção generalizada.
O caso ocorreu na madrugada de 16 de dezembro de 2012, quando a paciente buscou atendimento em um hospital público. O médico aplicou soro intravenoso e, posteriormente, realizou uma infiltração na perna esquerda, mesmo sabendo que o procedimento era desnecessário. O ato foi feito sem acompanhamento de enfermagem e não registrado no prontuário.
A paciente começou a apresentar dores e dormência, mas foi liberada. Ao retornar ao hospital, recebeu apenas um comprimido do mesmo profissional. Somente ao ser atendida por outro médico, seu estado grave foi constatado, mas já era tarde: ela morreu em 18 de dezembro devido à infecção causada pela contaminação durante o procedimento.
Durante o julgamento, a Promotora de Justiça Gabriela Arenhart afirmou que o caso configurava dolo eventual qualificado, já que o médico assumiu conscientemente o risco de causar a morte da paciente, violando princípios básicos da medicina.
O réu deve iniciar imediatamente a pena em regime fechado, sem possibilidade de recorrer em liberdade, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre execução imediata das decisões do Tribunal do Júri.
